28/05/2025

2021 - Vermelho e Branco

Morro do Dedão, tão simples quanto vermelho e branco

Fumaça vermelha e branca risca o ar,

um mistério dança no olhar.

É chama viva ou brasa fria?

Paixão ou raiva que desafia?

O tempo talvez venha contar

o que essa névoa quis velar.

Ela cobre o vale em torvelinho,

desfaz as cores, muda o caminho.

A angústia aperta o coração,

mas há beleza na explosão.

Brutal, preciosa, em suspensão,

uma pintura em combustão.

Penas brancas flutuam no vento,

chamas vermelhas, puro intento.

Elas giram, mudam, se dissipam

no azul do céu, onde se apagam.

E eu me pergunto o que virá

do ardor que insiste em não se explicar.

Enquanto isso, deixo-me ficar,

a fumaça quieta a contemplar.

Um instante raro, fascinante,

um sopro quente, flutuante.

O tempo passa, mas vai ficar

o fogo leve que veio dançar.

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