22/05/2025

2021 - Rio dos Sinos

Quando o Rio dos Sinos deixa o municio de Caraá começa a enfrentar suas primeiras dificuldades.

As águas cristalinas de suas nascentes, que no passado alimentavam os banhados das regiões mais planas, somem. Quase sem esperança de chegar em algum lugar, vai atravessando a região de Santo Antônio da Patrulha, que nos velhos tempos dos tropeiros eram terras que o rio inundava de vida. Sua água já escura e escassa, pela erosão das margens e uso descontrolado na irrigação, transforma ele nos tempos de seca num arroio qualquer.

Não bastasse isto, poucos respeitam a preservação de suas margens, que deveria ter uma faixa de 50 metros arborizada para manter as margens sem assoreamento. Como se vê no vídeo muitas vezes isto se reduz a apenas uma árvore. Este problema não é só dele, é um desrespeito em todo o Brazil onde se não cumpre o Código Florestal.

Nos últimos 30 anos, a Bacia hidrográfica do Rio dos Sinos perdeu 70% dos seus banhados, e os impactos dessa redução de áreas úmidas são visíveis nos municípios da região, especialmente nos períodos de seca e enchentes. Os banhados desempenhavam uma função reguladora do fluxo do rio, armazenando água na época das chuvas e garantindo a vazão na seca.

Agora os municípios reclamam da falta de água e enchentes, não é para menos. Antigamente a região era habitada por populações indígenas. Mas estas populações, foram expulsas da região ou miscigenaram-se com imigrantes. Estes povos chamavam o rio de Cururuaí e Itapuí. A primeira, significando “Rio dos Ratões do Banhado” e a segunda, “ Rio das Pedras que Gritam”. Ambas as denominações relacionadas com este mamífero aquático que costuma gritar de suas tocas. O nome Sinos é posterior e teria vindo da sinuosidade do seu curso.

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